sábado, 24 de janeiro de 2015

24/01/2015 - Putanga

Na semana passada passamos por Guaramirim e na beira da estrada uma placa nos chamou a atenção. Ela dizia simplesmente "Putanga". O Maneca já tinha tirado algumas fotos ali em pedais anteriores mas também não havia explorado o lugar. Durante a semana ele fez o convite para desbravarmos essa região e seguir o sentido da seta que a placa apontava. Procurei alguma referência na internet mas não achei nada com esse nome. Isso me despertou mais ainda a vontade de não perder esse pedal de jeito nenhum e descobrir o que era Putanga: uma estrada, uma localidade, um rio ou tudo junto? O cronograma estipulado pelo Maneca era bem simples, dizia o seguinte: "pedal para Putanga, saída da rua Porto Rico ás 17:00 hs". Que legal, não tinha trajeto definido, quilometragem e paradas. Assim é que eu gosto. Então no local e horário combinado (na verdade me atrasei um pouco) encontrei o Maneca na sombra conversando com outro ciclista.


O mais engraçado foi que decidimos usar a mesma camisa sem combinar nada. Saímos pedalando pela BR-101 e entramos em uma estrada de chão que passa pelo sítio Trentini e a localidade de Poço Grande.





Assim seria nosso pedal, um misto de terra e asfalto durante o dia e a noite. Paramos sobre a ponte do saudoso rio Piraí e o Maneca tentou se aproximar de um cãozinho muito desconfiado.



Como é típico dessa região, a plantação de arroz predomina e ocupa quase toda a área plana.




Chegamos no asfalto da BR-280 e socamos a bota tendo à nossa frente as montanhas e o sol.





Entramos na SC-108 sentido Massaranduba, passamos por outra estrada que temos que explorar qualquer dia desses.

Estrada Jacu-Açu
O Maneca estava com a faca nos dentes e saiu em disparada, já era meu terceiro pedal hoje e minhas pernas já estavam molinhas. Por sorte (ou azar) um prego atravessou o pneu traseiro da bike dele e tivemos que fazer o pit-stop.




Se for para fazer força que seja com as pernas. Para não ficar bombeando ar na câmara nova um cilindro de CO2 vai bem nessas horas de preguiça. Pouco mais adiante estava o nosso objetivo, onde paramos e fizemos muitas fotos.



Foto: Manoel Acácio Benhke Júnior
Entramos na estradinha e logo já começaram os desafios com as bifurcações da estrada e consultas ao GPS.



Era mais ou menos o que a gente esperava. Lugar calmo, tranquilo, de poucas casas e muito verde. Excelente para um fim de tarde.







Além da plantação de arroz, tem bastante pasto para a criação de gado. A estrada ia nos surpreendendo a cada quilômetro com algumas subidinhas e boas descidas.















Chegamos em mais uma bifurcação e tivemos mais uma evidência do que seria Putanga. Provavelmente é o nome dessa estradinha que passa pelo rio com o mesmo nome. Mas cadê o rio? Acho que na bifurcação anterior ele ficava à nossa direita e não percebemos. Tudo bem, a gente veio aqui para explorar o lugar e como homens que somos confiamos apenas no nosso saber e não pedimos informação a ninguém rssss.


Já estávamos retornando e nada de parar para o lanche. Que cronograma maldito, eu estava com muita fome. Enquanto o sol já ia se escondendo nosso próximo objetivo era chegar até o rio Itapocu que passa pela localidade de Guamiranga.






Durante o percurso o Maneca avistou um pé de pera e novamente viemos comendo peras durante o pedal, pelo menos até a próxima parada.






Presenciamos um belo pôr do sol no interior de Guaramirim.




Achamos o rio Itapocu, agora precisamos passar por cima dele. O Maneca conhece tudo por aqui, esse era o trajeto feito pelo clube de canoagem Kentucky na maratona anual que ia de Jaraguá do Sul até Barra Velha. Hoje o trajeto foi reduzido pela metade, mesmo assim é um grande evento da região.






Chegamos na ponte.





Paramos sob a figueira dessa pracinha para fazer o lanche. Tinha banheiro público e água.





O lanche foi rápido e logo começou a escurecer. Novamente pegamos uma estradinha de chão para cortar caminho e chegar logo na BR-280.


Nos perdemos um pouco em alguns atalhos e fizemos alguns vai e volta até encontrarmos o caminho certo que tinha que subir um belo morrinho. Logo já estávamos no asfalto onde o ritmo aumentou novamente e chegamos na BR-280.



O retorno agora seria pelo asfalto, já passava das 21:00 hs quando chegamos na BR-101 e fizemos uma paradinha no posto Maiochi para pegar água gelada e free.




O Maneca ainda tinha forças para manter a média de velocidade nesse trecho que conhecemos como "falso cume" antes da rua Santa Catarina, eu já estava satisfeito em conseguir subir sem empurrar.


Na entrada do bairro Floresta me despedi desse super randonneur e claro que agradeci muito pelo convite. Ele sabe que eu amo muito tudo isso e o dia que eu não puder comparecer a um pedal desses é porque tenho um compromisso muito sério. Cheguei em casa ás 22:10 hs e mais 107 km pra conta.


É como o Maneca diz: "temos que aproveitar esses momentos se quisermos conhecer os lugares na sua essência, pois o progresso não pára, logo tudo pode virar uma selva de pedras". Muito obrigado e abraços a todos.

Confira minha pedalada no Strava:

6 comentários:

  1. Mais um objetivo cumprido com louvor por essa dupla que é um SUCESSO!!!
    A kilometragem foi menor que esperava e altimetria maior que achava!
    Valeu Jefo, adorei o Super Randonneur! Consegui esse título também junto com você!

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    1. Maneca você ainda é referência quando se trata de atividades desse tipo. Obrigado pela companhia.

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    1. Foi mesmo. E do jeito que foi, sem muita organização, deu mais emoção ainda. Abraços.

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  3. O alemão ciclista que o Maneca encontrou é o dono da oficina de moto Twister que fica na rua Santa Catarina e é praticamente vizinho dele.
    Pedal muito show
    Abraços.

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    1. O Maneca é muito dado com todo mundo rsss, por isso ele conhece tanta gente. Tá faltando você nos nossos pedais. E ai, já está se preparando para a volta do norte?

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